sábado, outubro 21, 2006

Por que não funciona?


Pirataria é crime.


Mas o preço dos produtos originais é muito alto e os pobres não têm condições de pagar.
Façamos pressão para que as indústrias baixem o preço dos CDs, DVDs e demais produtos que são “objetos de desejo” para que eles possam competir mais no mercado com os produtos falsificados.
O mundo é capitalista e os donos de gravadoras e grandes empresas não querem nem ouvir falar em baixar os lucros!
Então não comprem os produtos!
Ahá! É quase impossível, devido ao bombardeio maciço de propaganda em todas as formas de mídia, principalmente a televisão. E um povo que não tem educação (instrução) não sabe analisar criticamente o que é bom ou ruim para si mesmo. Não sabe se protege dos ataques da publicidade que visa o consumismo puro e simples.
Então vamos dar educação para o povo!
A quem interessa educar o povo? Se o governo educar o povo, as pessoas terão capacidade de pensar criticamente, avaliar os governantes e não votar mais nos corruptos. Nenhum governo, na verdade, tem intenção de “educar” o povo, isto é, de formar cidadãos esclarecidos e conscientes.
Aliás, o tal “povo” não é inocente nessa história...
Adoram o tal “jeitinho” brasileiro, qualquer maneira de levar vantagem em tudo, como já dizia o infame Gérson. Colaboram, concordam ou se fazem de tontos com a corrupção. É a “cervejinha” para o guarda, é a furação de fila, o troco a mais não devolvido, a indicação do amigo de um amigo para conseguir um “carguinho” público, uma “boquinha” na administração pública... É se apropriar do que é alheio quando percebe que ninguém está olhando... São vários níveis de conivência e apoio ao sistema de corrupção que envolve todas as camadas humanas, desde o mendigo ao presidente da república.
No ponto em que chegamos, não há garantias que a educação, caso fosse realmente levada a sério e oferecida com qualidade no sistema público, pudesse reverter o estrago que o gosto pela corrupção causou nas pessoas. Prova disso são os programas assistencialistas.
Se existe um governo que dá migalhas todo mês, pra quê estudar ou trabalhar para ganhar o próprio sustento? Os que vivem próximo à linha da miséria acham muito bom que haja uma fonte constante de recursos, por menores que eles sejam.
E pensemos nas regiões nas quais impera a “lei do cão”, o coronelismo, a lei do mais forte, por exemplo, nas regiões de garimpo, de grande extração de madeira ou de exploração dos miseráveis na roça, principalmente nas regiões de seca severa.
Há lugares onde o próprio clima não favorece, aonde o máximo que as pessoas conseguem é um arremedo de dignidade, comendo o que tiver, do jeito que tiver, e muitas vezes conformadas porque acham que tem que ser assim mesmo.
A igreja, durante séculos, contribuiu muito para um conformismo crônico nas camadas mais pobres. Pobre sem estudo, passando fome, dependente de ajuda externa sempre pode ser melhor manipulado pelos padres, pastores, bispos, pregadores, etc etc.
A igreja tem muito sangue nas mãos, desde os primórdios do cristianismo (isso para citar só a religião cristã). Não venham agora querer se fazer de justos e inocentes tentando esconder a história! Mas, voltando ao povo...
As pessoas não têm real interesse em que tudo funcione corretamente porque sempre há algum interesse pessoal em jogo, que suplanta o interesse coletivo. Socialismo é utopia, o ser humano não é suficientemente desenvolvido para compartilhar, ele carece de dominar seu(s) semelhante(s).
Resumindo, não creio que haja esperança de um mundo “melhor” ou de um mundo “bom”, até porque o que é bom para uns nunca será bom suficiente para outros e será péssimo para outros mais.
O que fazer?
Não sei, não tenho resposta satisfatória nem mesmo para mim.
Talvez (vejam bem, talvez) um caminho seja cada um cuidar o melhor possível de sua vida, não prejudicando a vida dos que estão ao seu redor e não violando as leis “mais importantes”, porque as leis “menos importantes” são violadas cotidianamente. Cada um avalie o que é mais ou menos para si.
A história da humanidade nos mostra que os impérios dominantes (Egito, Pérsia, Roma, USA) impõem sua vontade até que surja um império mais poderoso, que por sua vez imporá sua vontade, cultura e costumes.
Não creio que seja possível sair do círculo vicioso da estupidez humana.

Boa sorte para todos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Lauro bom dia!

Resolvi voltar a carga depois de um belo descanso no sítio e para minha surpresa após vários post sobre José Dirceu e Carlos Slim agora parece que outros resolveram cobrar esclarecimento. Vi que vc gosta da verdade, então vá lá no blog e veja.
Abraços.
PS: Se quiser pode pegar, dar uma resumida ou então "linkar".